Há algo de trágico quando arde a palavra escrita.
Seja na mente de Ray Bradbury, nas labaredas da Biblioteca de Alexandria, nas fogueiras de páginas que iluminaram as praças de Berlim dos anos 30, nas pinceladas barrocas de Lucio Massari ou até o fogo ateado aos manuscritos de Tombuctu. É a pior das chamas. A mais fria, a mais feia, a menos luminosa.
Imaginei este portal como um quarto de preservação antifogo para os meus textos. Os do passado e os do futuro. Aqueles que publiquei em páginas de jornais, em e-zines, em redes sociais, os que repousam na gaveta ou aqueles que estão ainda por nascer.
O quarto tem três compartimentos principais: “Crónicas da Redação”, “Crónicas Recicladas”, “Crónicas Inéditas”.
Na secção “Crónicas da Redação” irão ser ressuscitados alguns trabalhos jornalísticos que publiquei em diversos meios de comunicação social e pelos quais nutro alguma afeição.
A secção “Crónicas Recicladas” irá conter vários textos que se encontram espalhados pelos vastos terrenos da Internet ou então em publicações de natureza não jornalística.
A secção “Crónicas Inéditas” é onde serão reanimados textos adormecidos (na gaveta ou na minha mente) que, por um motivo ou outro, nunca viram a luz do dia. É a secção das palavras acabadas de nascer, das novidades, dos exclusivos.
Há ainda um quarto compartimento: “Crónicas Especiais”. Aqui são reunidos textos que são divididos em vários capítulos, com continuidade narrativa. Assim é mais fácil seguir essas histórias.
Lá dentro, estão reunidas duas novas rubricas. “Crónicas de um Playmobil” e “Crónicas Marroquinas”, cujos desígnios podem ser consultados nos prelúdios lá publicados.
O batismo do quarto tem uma explicação muito simples.
A inspiração é uma amante que me visita de noite.