PAULICEA: A MANSÃO ASSOMBRADA DA MINHA INFÂNCIA
Durante décadas esta casa abandonada intrigou o imaginário popular de Águeda. Muitos diziam estar assombrada. Já outros, juravam que escondia passagens subterrâneas para tesouros antigos. A mim, despertava-me um fascínio intenso desde criança.
A casa já não existe, mas enquanto existiu, estive lá dentro, explorei todos os seus recantos e até conversei com quem já lá viveu. Medo, deslumbramento, memórias, curiosidade, assombro, superstições. Estas são as histórias da Mansão da Paulicea.
UMA AVENTURA NA CASA ASSOMBRADA (prelúdio)
Foi a primeira casa com fama de assombrada onde tive coragem de entrar. E foi também o primeiro grande susto da minha vida. Tinha 12 anos. Trinta Invernos depois, chegou a altura de contar a história.
O HÓSPEDE DO HOTEL ABANDONADO
Numa viagem aos Açores, encontrei um velho hotel abandonado. Contornei o portão trancado com correntes e explorei todos os seus recantos. Subi até ao andar mais alto, onde deduzo que se situavam as suites mais exclusivas e deparei-me com a vista privilegiada para um dos cenários mais idílicos de Portugal: A Lagoa das Sete Cidades. Finalmente percebi porque os antigos hóspedes apelidavam aquelas janelas de “quadro vivo”.
Era para contar a sua história, mas o que devia ser a entrada, uma introdução ficcional e evocativa com meia dúzia de linhas, ganhou vida própria e tornou-se, ela mesma, no texto.
Decidi que seria ele a ficar hospedado no Crónicas da Madrugada.
O MOSTEIRO
Era mais do que uma aventura em busca das ruínas de um velho e lendário mosteiro, perdido no coração de um bosque do Norte. Saboreei cada centímetro agreste do trilho, mas era mais do que isso. Era uma ode aos sonhos de juventude. São sempre maiores do que os imaginamos.
AMANHECER NA COVA DO LOBISOMEM
Uma caminhada nas montanhas envolta em mistério na senda de uma lenda tão antiga quanto aterradora. Atravessei bosques e montes em busca do covil de um ser mitológico. Dormi no meio do nevoeiro e encontrei-o ao amanhecer.
A ASSOMBRAÇÃO DA PORTA 18
O primeiro Halloween do Shortcutz Viseu foi assombroso. Decorria 2013 e os seus organizadores decidiram oferecer um espectáculo memorável à cidade. Uma maratona de oito curtas-metragens de cinema fantástico, projectadas num velho armazém abandonado na zona histórica. Entusiasmado e inspirado com a ideia, escrevi um pequeno texto em forma de teaser para servir de aperitivo ao evento. Foi no dia 18, na porta 18. Esta madrugada, recordo-o.